Ritos e códigos dos desfiles de moda no museu Galliera de Paris

| March 11, 2006 | Reply

PARIS, 10 Mar (AFP) – Com “Showtime”, primeira exposição da história dedicada a desfiles de moda, o Museu Galliera (museu da moda de Paris) convida a decifrar os ritos e códigos de um evento que começou como um mostruário de loja e se transformou, com o tempo, em um espetáculo planetário.

A exposição, aberta ao público até 30 de julho próximo, recorre a história das apresentações de moda desde o século XIX até o presente, através de 300 objetos (modelo, fotos, revistas de moda, vídeos, filmes, mapas, maquetes…)

A mostra é eloqüente: o visitante percorre essa história desde a primeira menção da palavra desfile, em uma revista (1885), até o primeiro desfile virtual (Mugler, 1998) e os grandes desfiles-shows (como o de John Galliano para Dior na estação ferroviária de Austerlitz em 1998 ou o de Alexandre McQueen concebida como uma partida de xadrez, em 2005).

Desde os tempos em que a presença de fotógrafos era proibida, no início do século XX, e Jacques-Henri Lartigue surpreendia as modelos antes do desfile, até os das cenografias e movimentos das modelos estudadas em função do local que ocupam as câmeras, perfeitamente delimitado em planos prévios.

Em um século, o desfile de moda deixou de ser uma apresentação feita em uma loja e destinada exclusivamente a uma ou a várias clientes para se tornar um espetáculo dirigido ao mundo inteiro através dos meios de comunicação.

Showtime convida a decifrar a forma como se produz este espetáculo, a forma como se transformam os locais de desfile e se constroem as imagens das várias marcas, através, por exemplo, de casas inscritas na história da moda, tais como Paul Poiret, Chanel, Dior, Paco Rabanne, Kenzo, Gaultier, Lacroix….

“A grande dificuldade para esta exposição era conceber, no espaço de um museu, uma cenografia que permitisse mostrar o movimento, fazer o visitante entrar na dinâmica dos desfiles”, disse à AFP Anne Zazzo, conservadora do Museu Galliera e curadora da exposição.

Para isto, as três salas que compõem a mostra – Espaços, Artifícios e Passagens – permitem ao espectador confrontar vários módulos de imagens e, com isto, os locais e épocas. O percurso, organizado em círculos ou ziguezague e com permanentes jogos de luzes e sombras, reproduz o movimento do desfile. Os vídeos restituem o som. Sucessivamente o visitante se sente dentro ou fora dele.

As passarelas e sua organização, a maquiagem, o cenário, a luz: tudo está dirigido ao espetáculo e à produção de imagem. Todo desfile se orienta para o “depois”, para a difusão de imagens pela imprensa e a televisão, à exploração publicitária e comercial da marca.

O visitante pode acompanhar a transformação de uma modelo com a maquiagem, bem como ver os croquis do desfile e as instruções para os movimentos dos manequins.

Um enorme friso apresenta as silhuetas de 12 poses emblemáticas de modelos de casas diversas, de Madeleine Vionnet a Jean Paul Gaultier.

Diante deles, vários modelos e penteados “de passarela”, absolutamente inviáveis de se usar nas ruas, como um vestido com manga em forma de cabeça de cavalo, criado por Castelbajac, um vestido com sutiã cônico, criado por Gaultier ou o vestido-sombrinha de Isabelle Ballu.

Mas também a evolução para adaptar a criação da passarela ao modelo à venda, como o vestido “Dolly” de Galliano para Dior alta costura, com a parte detrás vestida na frente, e sua declinação para o prêt-à-porter e para a venda em butiques.

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